Pesquisa rápida

Pesquisa personalizada

terça-feira, 25 de março de 2008

Teste de fidelidade


Recentemente li um artigo no monergismo.com sobre o clássico problema do mal. Até aí tudo bem. É sobejamente conhecida a tensão entre os conceitos de um Deus onipotente e completamente bom, e a existência do mal no mundo. Como Deus pode permitir, se teria poder para impedir? perguntam os apressadinhos. Bem, naturalmente que nós, cristãos de fé reformada, não vemos nenhum paradoxo aí. A coisa é mais psicológica que lógica.

O que me comoveu nesse velho debate e abriu minha mente foi outra coisa, um aspecto da fé cristã que, de fato, eu não compreendia bem. Devo me opor à prática do mal simplesmente porque Deus assim o ordenou, ou devo submeter a ordem de Deus ao meu próprio raciocínio e julgamento? Adão e Eva falharam nesse ponto. Comer de um fruto proibido não lhes parecia errado; de fato, o conteúdo da proibição era sobre algo moralmente neutro justamente de propósito. Era essa a natureza da prova. Se não comessem do fruto, evidenciariam sua lealdade a Deus, mas resolveram ponderar a ordem, discutir a questão, racionalizar… e o resto é o triste samba desta civilização decadente e botocada.

Então esse papo de que Deus nos manda afastar-nos disso e daquilo simplesmente porque, no fundo, é venenoso, ilegal, imoral ou engorda e vai nos fazer mal é conversa fiada. Todo mandamento, no fundo, é um teste de fidelidade.

Imagem: © “Os construtores do muro: Neemias”, de Cody F. Miler